segunda-feira, 2 de agosto de 2010

E S P E R A N Ç A


Hoje não vou postar um tema específico, quero postar uma manifestação pessoal.
Quando eu era criança, fui coroinha na Paróquia São João Bosco – Núcleo Bandeirante, talvez nem soubesse o significado de ser um acólito, mas achava incrível vestir aquela batina branca com vermelho. Era uma honra imensurável, ficava me exibindo em cima do altar. Não nego que sonhei em ser padre. Conheci padres fascinantes e queria ser como eles. Diferente desses padres que são veiculados na mídia hoje em dia. (Vale a pena ressaltar que nem todos os padres são pedófilos, apenas uma minoria que não tem vocação que acabam queimando o filme da Igreja Católica, assim como nem todos os pastores protestantes são pilantras...). Enfim, essa é uma discussão para outro dia. Só quero dizer que: Admirava o fato de celebrar o sacrifício, pregar a palavra, aliviar as dores, ouvir as feridas e tocá-las delicadamente para antecipar a cicatrização. Acredito, sem falsa modéstia, que eu seria um bom padre. Resolvi segui outro caminho. A Administração e a Informática me convidou a conhecê-las. Sem falar que depois de querer ser padre, quis ser judoca, jogador de futebol, mas faltava-me esforço e um pouco mais de habilidade juntamente com a sorte de ser visto por algum olheiro. Hoje me considero um pequeno educador na área de informática para adultos, até reconheço a importância do meu simples trabalho para a sociedade. Mas vejo que só a educação é capaz de ensinar ao homem a beleza do próprio homem. Sei que ainda conhecerei o direito, pois sou encantado com a justiça. O pouco do direito que conheço é voltado para concursos, no qual a lei se difere muito da prática. Não sei o que serei amanhã. Só sei que não quero desistir da esperança. Mesmo que me acusem de utópico, de ingênuo. Antes isso do que me chamarem de comparsa daqueles que fecharam as portas da esperança. A não ser que eu sinta que tenho o poder de abri-las.
Não quero deixar de ser livre. Não quero deixar que exijam de mim o que eu não quero ou não posso dar. Quero ser assim, precário na minha humanidade, mas pleno na crença de que não vim a este mundo por acaso e que não paro por aqui. Viva a diferença! É nela que nos encantamos ainda mais com a criatividade do Artista Maior.
Bobagens devem ser deixadas de lado. Eu ainda faço muitos julgamentos em relação as pessoas, mesmo querendo não julgá-las. Parece que ainda não aprendemos a lição de Jesus com a pecadora. Não tenho poder de dizer o certo e nem o errado. Os sentimentos precários como a mesquinharia e a arrogância nos impedem de contemplar o Belo que nos aguarda.
A paixão de Cristo nos confidenciou outras paixões. Ele nos surpreendeu e nos seduziu. Sei que tem gente que não acredita. Sei que tem gente que acha que tudo é o acaso. Não quero julgar ninguém, apenas caminhar junto. Acredito em uma Igreja que acolhe, abraça, que ama. Nada de cismas. Deixemos isso para o passado. Nada de inquisição. Já superamos esse período. Talvez por isso João Paulo II tenha falado tanto sobre o amor. O amor que o fez enfrentar o nazismo e o comunismo. Da Polônia para o mundo. De ingênuo, como diziam seus críticos, se fez pregador do amor, visitante incansável dos recantos admiráveis do mundo que vivemos. Ainda não vejo o Papa Bento XVI com tanto carisma igual ao João Paulo II, mas como eu disse antes, não quero julgar. Acredito que esse mesmo amor foi o que inspirou Bento XVI em sua primeira encíclica que anunciou: A ESPERANÇA.
Obrigado por lerem as minhas viagens e por emprestar seu tempo às inquietações que me acompanham. Mas não quero me despedir sem antes deixar consignada a esperança que tenho na humanidade.